sábado, 25 de agosto de 2012

Gavetas

O sol que me engole é o sol que me ilumina. As esquinas se perderam no meio da luz que escurece os meus olhos cansados e lúgubres, espiados pela estranha mania de olhar pro céu e procurar alguma razão pra ter se perdido no mundo. Estou sozinha. Em meio a multidões fedorentas e sentimentos exaltados. Sozinha, em meio ao caos do dia e a tristeza da noite. Sozinha, em meio as minhas intermináveis neuroses de como eu seria feliz se tivesse alguém para partilhar a minha solidão.

Solidão. O relógio me deixou. O tempo que passa é o reflexo da minha vida vazia, que me soterra em meio a incerteza de ser, enfim, alguém. Quem será que eu sou, em meio a tudo isso? Será que eu sou, de fato, alguém que merece ser denomindo ''alguém''? A solidão me chama pra dançar todas as noites, e eu entrelaço minha mão na dela, e vou. Sozinha, realmente, nunca estive. Sempre tive uma fuga e um motivo. Uma perda e uma lágrima. Sempre fui sustentada.

Mesmo quando não fui.

Cecília T.

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