sábado, 3 de novembro de 2012

Te vejo esconder um oceano nos olhos, uma saudade esmagadora em um sorriso torto. Te vejo como uma curva no horizonte, uma certeza que corta o peito em dois pedaços e oferece pra vida se alimentar. Te vejo como uma interrogação perdida entre palavras sujas e incertas. O que passa pelo seu rosto não deixa rastro e nem pistas; o que te fez assim não te dá outra opção a não ser fugir. Pra um lugar qualquer, pra longe daqui, pra um lugar onde você possa ser você sem que ninguém possa te ver. Daqui eu te espio, com um certo receio. Não quero ofuscar teu brilho já escondido, nem quero roubar suas incertezas por meio maço de cigarro. Não quero te ver cair em um penhasco alto, sem opções de fuga. Não quero te ver correndo do abismo, da dúvida e da dor. Te quero enfrentando as barreiras com força. Quero seus olhos verdes olhando o infinito com toda a doçura que teu coração tem.

''Let it be'', baby.

Cecília T.

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